Carlito Amaral responde ao blog questões sobre sua vida profissional e futuro politico

Hoje (10 de agosto), o Cantanhede News entrevista o jornalista e secretário de cultura de Cantanhede, Carlito Amaral que está em viagem de férias de 10 dias, entre Portugal e Espanha.

CNEWS - Quem é Luiz Carlos Rêgo Amaral? Fale-me de suas origens e sua trajetória de vida até aqui?

C.AMARAL - Nasci no dia 28 de dezembro, entre o Natal e Fim de Ano. Minha avó, Cotinha Rego estava muito doente e meus pais partiram de trem para São Luís. Minha mãe esperava que eu nascesse em janeiro, mas quando viu o estado de minha avó teve as dores do parto e acabei nascendo em São Luís, na casa de uma parenta. As roupas e fraudas foram doadas por outra parenta. Com sete dias de nascido, regressamos no mesmo trem para Cantanhede. Tive uma infância muito bacana. Estudei na Escola Sarney Costa, na Escola Getúlio Vargas, em Cantanhede e depois parti para São Luís, onde fiz o ensino médio, no Colégio Dom Bosco e o Curso de Comunicação Social na UFMA (Universidade Federal do Maranhão). Em 1987, prestei concurso para a Escola de Sargentos do Exército e fui um dos sete aprovados no Maranhão. Mais tarde deixei o Exército com bom comportamento para seguir na profissão de jornalista. Trabalhei no Sistema Mirante de Comunicação, nas cidades de Imperatriz, São Luís e Balsas (na época TV Rio Balsas). Em 2006, trabalhei na Agência Lusa, em Lisboa/PT em um projeto de parceria, e em 2008 fui convidado pelo então candidato Zé Martinho para fazer parte da coordenação de sua campanha. Em 2009 fui convidado para assumir a secretária de Cultura, cargo que ocupo até o momento. Sou cristão católico e com respeito todas as demais religiões. Sou casado com Nathália Amaral e tenho três filhos de casamentos anteriores: Ana Carolina (23), Amaral Neto (21) e Ana Beatriz (11).

CNEWS - Secretário no momento você está onde?

C.AMARAL - Essa é a minha décima viagem a Europa e no momento, estou em Madri, na Espanha, de saída para Toledo, também na Espanha, acompanhado de minha mulher Nathália Amaral, aproveitando dez dias de férias. Mas sempre minhas férias se misturam com trabalho, pois estou o tempo todo aprimorando meus conhecimentos no campo da cultura, seja por meio, de museus, exposições, aspectos turísticos e novos conhecimentos nas áreas de urbanismo, mobilidade urbana e outras. A ideia da Casa Museu Izidória Lopes surgiu quando visitei pela segunda vez o Museu de Tordesilhas, na cidade de Tordesilhas, aqui na Espanha. Quando vi que um local pequeno poderia ser transforado em um espaço para contar parte de nossa história pensei no resgate da festa do Divino Espírito Santo e um espaço para eternizar esse grande símbolo de nossa cultura popular.

CNEWS - Dez dias de férias na Europa. O que você faz nesse período. Além das férias essa viagem teve outro objetivo?

C.AMARAL - Sim. Pensar na vida viajando é muito prazeroso e principalmente do lado de uma boa companhia. Nós nos divertimos muito e aproveitamos para pensar no futuro. Tenho por mania planejar a vida, repensar alguns projetos e aproveitar cada momento, pois quando estudante em Cantanhede, eu achava que Palos de La Fronteira, Lisboa, Coimbra, Madri e Paris ficariam apenas nos livros, ou seja, muito longe da minha realidade.

CNEWS - Você é materialista?

C.AMARAL - As pessoas que me cercam dizem que não e às vezes sou criticado por não ter bens, como casa, carro ou um celular de última geração. A sociedade cobra isso. Ainda espero ter casa e carro novamente, mas terei que abrir mão das minhas viagens. O meu veículo atualmente é uma bicicleta 2008, que deixo na porta do prédio onde moro e ninguém leva.

CNEWS - Mas viajar não é luxo?

C.AMARAL - Para mim, viajar é enriquecimento. Conheço treze estados brasileiros e quatro países. Não sou apegado ao lux. Tenho uma vida simples. Vivo em um apartamento de um quarto, sala, cozinha e banheiro, com no máximo 30 metros quadrados. Nas minhas viagens sempre aproveito para conhecer novas ideias e aprender com os livros também.

CNEWS - Sei que você é amante da leitura. Qual o livro você está lendo no momento?

C.AMARAL - “1889” do Laurentino Gomes para aprender mais sobre a nossa República. Tenho também “1808” e “1822”.

CNEWS - Você está secretário de cultura desde 2009, e a cidade reconhece o trabalho desenvolvido por você à frente da pasta, a que você atribui este reconhecimento, quais principais fatores que você avalia como positivos e negativos na sua gestão a frente da secretaria?

C.AMARAL - Em primeiro lugar responsabilidade e a vontade constante de fazer com que os bens culturais cheguem principalmente às classes menos favorecidas. O trabalho não é só meu e sim de uma equipe pequena, mas eficiente. Gosto de transmite conhecimentos e a secretaria de Cultura de Cantanhede me proporciona isso. O reconhecimento é uma resultante satisfatória e também uma preocupação constante: teremos sequência do nosso trabalho. Avançamos bastante, com o apoio do prefeito Zé Martinho e de todo a equipe de secretários e auxiliares, mas ainda temos muito para caminhar. Uma coisa é certa: Cantanhede hoje, já tem implantado um trabalho de resgate histórico e a promoção das artes. Sabemos da fundação de Cantanhede por Faustino Mendes Cantanhede, fizemos o reconhecimento de filhos ilustres como: Antônio Henriques Leal e Arlete Nogueira. Realizamos o calendário básico das festividades de carnaval, junino e aniversário de emancipação política do município. Implantamos ações como Pintura nas Escolas, Cineclube Cantanhede e o Grupo de Teatro Fundo de Pote. Apoio ás manifestações como o tambor de crioula, festa do divino etc. Mas ainda temos uma dívida com a sociedade, a edificação do nosso museu, onde os cantanhedenses possam ver e sentir a sua história, as suas origens, suas tradições e o principal de tudo, o orgulho da sua “cantanhedensidade”.

CNEWS - Você tem um grande conhecimento sobre a história de Cantanhede. Você está sempre em pesquisas sobre o a história do município. Porque não lançar um livro?

C.AMARAL - É verdade e na minha volta a Lisboa/PT já está agendada uma visita ao cemitério dos Prazeres, na busca pelo túmulo de uma das figuras mais interessantes de nossa história, a filha do colonizador português, Aires Carneiro Homem de Souto Maior, a senhora Luzia Perpétua Souto Maior Bacellar. Uma mulher poderosa que saiu da “Fazenda Barbados”, no povoado Peritoró, em Cantanhede/MA e influenciou tanto o Império Brasileiro, que chegou a ser acusada de ter sido engravidada por Dom João VI. Na visita ao cemitério, tentarei encontrar o túmulo de Luzia Perpétua e saber sobre os seus descendentes em Portugal. Mas costumo dizer que Cantanhede já tem um escritor e é o Abraão Souto, pelo qual tenho uma profunda amizade, admiração e respeito. O que tenho feito durante esses cinco anos é reunir pistas para atualizarmos a nossa história que é muita rica. Ainda quero ver o Abraão lançando um novo livro sobre a nossa história com as atualizações que as pesquisas apontam.

CNEWS - Você cita o grupo de teatro criado por você como um ponto positivo na sua gestão. O que representa o grupo fundo de pote pra você?

C.AMARAL - O Grupo Fundo de Pote é acima de tudo uma demonstração de que é possível fazermos teatro em Cantanhede e os nossos talentosos artistas amadores sem nenhuma remuneração dão um exemplo de dedicação e vontade de fazer Cantanhede respirar cultura. Já realizamos quatro espetáculos e agora em setembro, faremos o quinto, e esse será uma homenagem ao mito Barra Nova no centenário de sua morte. Hoje, Cantanhede já sabe quem foi Van Gogh; é conhecedor da paixão de Gonçalves Dias por Ana Amélia, uma descendente de Faustino Mendes Cantanhede, o fundador de Cantanhede; reconheceu e homenageou o talento de sua filha, a extraordinária escritora Arlete Nogueira. Para todos nós que fazemos o Grupo Fundo de Pote isso é motivo de orgulho e persistência na construção de uma politica de cultura para Cantanhede. Mas nós queremos mais. Queremos um espaço físico e sonhamos em um dia olhar para cima e poder ler na fachada de um prédio: “TEATRO MUNICIPAL DRICA MORAES”. Será uma homenagem a atriz global e descendente do fundador de Cantanhede, Faustino Mendes Cantanhede e do cantanhedense Fábio Alexandrino de Carvalho Reis e também uma conquista para todos cantanhedenses. 

CNEWS - Este ano, a cultura dá mais um passo com a construção da casa museu Izidória Lopes. O que isso significará para Cantanhede?

C.AMARAL - A Casa Museu Izidória Lopes como está sendo chamada é o primeiro empreendimento para preservação e difusão de um dos ícones da cultura local. Izidória Lopes representa a descendência africana na sua mais pura tradução. A festa do Divino Espírito Santo não é mais realizada como na sua época, mas ficou o legado. Eu quando criança e adolescente vi como tudo isso acontecia. Quero aqui, aproveitar a oportunidade para agradecer ao prefeito Zé Martinho por ter apostado nesse projeto. Nós queremos mais. Queremos a antiga estação de trem revitalizada. Queremos o Acervo Cultural do Município. Queremos o espaço do Tambor de Crioula. Queremos um espaço para fazer referências aos nossos escritores e a nossa fundação. Queremos ver o cantanhedense encher o peito de alegria e dizer que tem orgulho de sua história. A Casa Museu Izidória Lopes faz parte de um projeto turístico e cultural que fará de Cantanhede destaque no Maranhão.Não podemos esquecer que a maior riqueza cultural de um povo é sua história.

CNEWS - Você foi militar certo? O que representa o exército em sua vida já que você é contra o golpe de 1964?

C.AMARAL - O Exército foi uma escola. Aprendi que a hierarquia e a disciplina são pilares importantes e que mesmo em um estado democrático eles são fundamentais.Acho que a responsabilidade que tenho em tudo que faço tem um pouco da minha formação militar. Sempre fui contra o Golpe Militar de 1964 e defendo que os militares foram usados para servir de sustentáculo ao processo de dominação norte-americana.

CNEWS - O jornalismo abriu seus horizontes?

C.AMARAL - A formação acadêmica é importante. Você ganha uma visão de mundo debatida entre pensadores, mestres e alunos. Pelo outro lado, a prática te conduz ao interesse pela pesquisa, pelo querer informar. O repórter é um contador dos fatos, mesmo com a ferradura da ideologia você acaba abrindo os olhos e contribuindo com a ferramenta do século, a informação. Sempre digo nas minhas palestras aos estudantes de Cantanhede: “O conhecimento não tem preço”. 

CNEWS - O que é o projeto carbono 14 (c14)?

C.AMARAL - É uma visão de planejamento. Cantanhede tem que ser pensada para o futuro. Em 2020, estaremos comemorando 300 anos de fundação e por isso temos que pensar em um projeto para os próximos 100 anos. “Velhos Problemas - Novas Soluções”. Espero conseguir alguns interessados e começarmos a trocar ideias. O Carbono 14 quer debater problemas e apresentar soluções em todas as áreas e terá a sua reserva popular, ouvindo a população nos mais diversos assuntos. Ontem, expus mais uma ideia, a transformação do projeto do Hotel dos Portugueses em uma Casa Social. Naturalmente terá alguém que discorde, mas outros dirão que estou certo. O C14 quer suscitar o debate e isto para a democracia é uma condição sinequanon.

CNEWS - Política. Como definir essa coisa bela e feia?

C.AMARAL - A política é uma das atividades mais importantes da humanidade. O velho chavão: “O homem é um animal político” deve ser mastigado todos os dias, pois a política está presente do cafezinho do bar aos debates da ONU. O grande problema é que a maioria da população não cobra, não exigi, não defende seus direitos, por falta exatamente do nível de esclarecimento, de informação, o dito analfabetismo político de Bertolt Brecht que troca o voto por uma dentadura.A outra pequena parte, os dirigentes na maioria das vezes esquecem que ser governante é ser um agente público a serviço dessa população. Quando essa realidade é aberrante temos então, a regra que eu chamo de“proporcionalidade investida”: estado pobre, corrupção elevada.

CNEWS - Corrupção é sem dúvida um lado horroroso da política. Como combater esse monstro?

C.AMARAL - A corrupção é um câncer e transita nos poderes constituídos. O combate ainda é a denúncia e a escolha pelo voto livre. Não podemos aceitar que as denúncias de corrupção se tornem um caso comum de televisão. Muito já foi feito, mas ainda temos que ter mais homens como Joaquim Barbosa e Marlon Reis na constante preocupação de ceifar esse mal.

CNEWS - Você faz uma campanha em seu perfil na rede social “FACEBOOK” contra as drogas. O projeto c14 está preocupado com esse mal?

C.AMARAL - Essa é uma preocupação que o Projeto C14 defende com unhas e dentes. Costumo dizer que a droga tem tomado uma proporção gigantesca em Cantanhede e o poder público e a sociedade civil não podem ficar em um estado de letargia. O uso da droga nos últimos anos aumentou assustadoramente e com o incentivo de algumas pessoas as várias camadas da população foram sendo atingidas. O último episódio em que filha e mãe foram cruelmente assassinadas por um usuário de drogas é para mexer com a consciência de todos. Queremos justiça – todos gritam nas ruas, mas o que deve ser feito além da cadeia imposta ao criminoso? E os meninos que estão nas ruas consumindo craque e alimentando a rede dos traficantes? O C14 acende o alerta: “a droga não escolhe cara e nem casa”.

CNEWS - Você está no terceiro casamento. Isso não o incomoda?

C.AMARAL - Não. Estou mais experiente para ir mais longe. Tenho aprendido e ensinado. Vivo uma fase muito bacana de minha vida. Viver sem uma companheira – nem pensar (risos). Eu e a Nathália nos respeitamos muito, nos amamos e pretendemos olhar um para cara do outro por muito tempo.

CNEWS - A sua esposa. Como ela avalia as suas decisões em relação à política?

C.AMARAL - A Nathália tem uma preocupação muita grande com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Temos conversado bastante sobre as ideias do C14 e ela com certeza estará do meu lado nessa caminhada.
CNEWS - Como você avalia a atual administração?

C.AMARAL - Sou suspeito, mas devo dizer que a atual administração conseguiu resgatar a credibilidade e o prefeito Zé Martinho avançou muito no quesito infraestrutura de maquinário, estradas, energia e para as áreas da educação e da saúde. E costumo dizer que tenho uma grande preocupação sobre o Cantanhede depois do término da atual gestão.

CNEWS - Você é filho do ex-prefeito Cidinho Amaral. Você teria sido contaminado pelo vírus da herança política?

C.AMARAL - Eu engatinhava no chão de casa e a política de Cantanhede já fazia parte das conversas da sala. Vivi vitórias e derrotas, acertos e erros. O meu pai tem uma grande contribuição em suas duas passagens pela prefeitura e espero que se um dia eu ocupar um cargo eletivo eu possa corresponder a essa herança.

CNEWS - Você defende a participação da juventude nas atividades políticas. Como isso deve acontecer?

C.AMARAL - A juventude é o prisma das mudanças políticas. Os dirigentes não podem subestimar o potencial desses jovens e eu sou um ardente defensor do movimento jovem nas atividades políticas. Os jovens devem participar por meio das organizações sociais, estudantis e partidárias, cobrando, protestando e apontando sugestões.E vou mais além, a juventude precisa ocupar efetivamente um grande espaço nas administrações.

CNEWS - Você defende a participação popular em uma administração?

C.AMARAL - Sim. O administrador tem por obrigação ser um ouvidor da população. Os populares vivem as necessidades de perto, conhecem os problemas profundamente, vivem o dia-a-dia com mais intensidade e assim sendo, estão capacitados para ajudar um administrador nos seus desafios. Sabemos que essa prática ainda é um tanto rara no Brasil, mas com o tempo se tronará algo comum. Sou favorável que a sociedade se mobilize, participe e construa as soluções ao lado da administração.

CNEWS - Você é apontado como uma pessoa com trâmite nas várias correntes políticas de Cantanhede. Isso é bom para um entendimento entre os condutores da política local?

C.AMARAL - Claro. Se você tem abertura em vários segmentos políticos isso favorece um entendimento e uma aceitação para composição de uma frente de disputa eleitoral. Conquistei durante minha vida um determinado respeito e admiração por aliados e não aliados, mas isso não se compra.

CNEWS - sucessão municipal. Qual o prisma para 2016?

C.AMARAL - Em termo de sucessão municipal vejo o desenho de um quadro bem diferente de 2008 e 2012. Nas eleições anteriores tínhamos duas alas bem definidas, o “traído e o traidor”. O Zé Martinho era um candidato natural, reuniu um grande grupo político e o apoio popular em torno de seu nome. Em 2016, a disputa é outra e podemos ter um esfacelamento do grupo se não houver habilidade para conduzirmos o processo. Teremos o desgaste natural de oito anos de mandato. A falta de um nome de consenso e um grande índice de rejeição em relação a alguns nomes que se lançaram muito cedo e até o momento não decolaram nem na classe política e nem nas camadas populares me assusta. A imposição de um nome como candidato de situação é um risco. Podemos ter um grande frente contra o grupo de situação, pois sempre haverá insatisfação.

CNEWS - Você sonha em ser prefeito de Cantanhede?

C.AMARAL - Se disser que não estou mentindo.

CNEWS - Alguns nomes já estão sendo ventilado para a sucessão do prefeito Zé Martinho. Isso é bom ou ruim?

C.AMARAL - Administrativamente é ruim. E muita das vezes esses nomes surgem pelo lado fisiológico e não pelo campo das ideias, da seriedade e do preparo para administrar um município com tantos problemas.

CNEWS - Você trabalhou como coordenador nas campanhas de 2008 e 2012 e ajudou a defender a figura de um candidato negro, vendedor de pitomba e de um filho da terra traído. Como deve ser o perfil do próximo candidato? Que fique claro. A pergunta não tenta desqualificar o atual prefeito, mas apenas explicar qual foi à defesa da campanha do mesmo sob sua coordenação.

C.AMARAL - O próximo candidato terá que ter um perfil do que chamo de “convencimento de caráter”. A população tem medo de acontecer outra catástrofe administrativa. Seria um retrocesso não continuar com o projeto implantado. Existem os que acreditam que dinheiro compra tudo. Existem os que defendem um candidato cumpridor de ordens, o chamado “laranja”. Eu defendo o bom senso, um candidato leve, com propostas viáveis, responsabilidade, equilíbrio emocional, pois as pressões são muitas. Cantanhede já viveu a euforia de eleger alguns candidatos despreparados para o cargo e sofreu muito com isso. Na administração pública, já tivemos casos de renúncia, tentativa de homicídio e cassação.     

CNEWS - você acha que Cantanhede poderá ter um terceiro candidato?

C.AMARAL - Nos últimos pleitos, tivemos duas alas e isso parece continuar. Mas poderá haver transferência de apoio de um lado para o outro.

CNEWS - Em sua opinião o grupo Zé Martinho deverá lançar uma chapa puro sangue?

C.AMARAL - Isso aconteceu em 2008 e 2012. Para haver uma mudança dependerá do quadro que teremos para frente.

CNEWS - Na atual conjuntura política o que mete medo?

C.AMARAL - Uma parada no trabalho iniciado pelo Zé Martinho. Será uma lástima termos quatro ou oito anos de declínio administrativo.

CNEWS - Numa enquete pela internet feita pelo Cantanhede News você ficou em primeiro lugar. Isso o credencia a disputar as eleições?

C.AMARAL - Sei que tenho uma boa aceitação, mas não sou vaidoso e para uma provável candidatura terei que costurar alianças, ter o aval do comandante do grupo que faço parte, firmar compromissos administrativos e ter o apoio da classe política e principalmente da população.

CNEWS - Porque você ainda não lançou sua pré-candidatura?

C.AMARAL - Acredito que candidato de situação lançado cedo morre na praia.

CNEWS - Você acredita em uma escolha de candidato por pesquisa?

C.AMARAL - Não. Se isso acontecer será a primeira vez na história de Cantanhede. Acredito em grupo político e apoio popular. Pesquisa pode ser induzida, não retratar a realidade e isso para um candidato é esconder o sujo para baixo do tapete. O comandante do grupo Zé Martinho é quem tem a decisão maior. Em 2004, o prefeito da época apresentou uma pesquisa como desculpa para não lançar o próprio Zé Martinho como seu sucessor.

CNEWS - Você acha a próxima eleição uma barbada?

C.AMARAL - Claro que não. Tenho dito que as próximas eleições serão mais difíceis que as de 2008 e 2012.

CNEWS - Você acha que haverá rompimento no grupo Zé Martinho?
C.AMARAL - Rompimento haverá. O que devemos avaliar é se ele será mínimo ou grande.

CNEWS - Se você chegar a ser prefeito. Teremos mudanças. Qual seria a principal marca de uma possível administração de Carlito Amaral?

C.AMARAL - Como um amante do futebol, responderei com uma máxima popular “Time que está ganhando não se mexe”. Mas algumas pequenas mudanças táticas deveriam acontecer. A seriedade com a qual sempre pautei a minha vida, participação popular e favorecimento das políticas públicas para as camadas menos favorecidas.

CNEWS - Porque somente agora você resolveu falar publicamente sobre sucessão municipal?

C.AMARAL - Sempre combati tomar posse e já se especular quem seria o próximo administrador. Cantanhede sempre foi um município onde as rodas de política sucessória estão em evidência. Existem os chamados “senadinhos” e pessoas que passam o tempo todo com esse assunto em pauta. Sempre disse também que candidato de situação lançado cedo morre na praia e já tivemos exemplo disso. Hoje, resolvi falar o que penso. Não sou o dono da verdade. Tenho minhas convicções e acredito que termos de sucessão municipal, muita coisa ainda irá acontecer.

CNEWS - Temos alguns exemplos de administradores onde os familiares influenciam de forma negativa. Como você avalia isso?

C.AMARAL - O administrador tem que ter uma coisa bem definida: “família é família – administração é outra coisa”. Não sou favorável membros da família na administração.

CNEWS - Eu teria informações que pessoas ligadas à atual administração, já teriam lhe procurado e até o incentivado a assumir a pré-candidatura. Até onde esses apoios motivam a assumir ou não uma posição definitiva?

C.AMARAL - É verdade. Existe uma parcela de companheiros que salientam o meu nome para a sucessão do prefeito Zé Martinho. Tenho uma excelente relação com todos os meus companheiros de paste e auxiliares. O resultado disso é ficar ciente que terei uma grande responsabilidade.

CNEWS - Você é filiado a algum partido, ou já recebeu o convite para ser membro de alguma agremiação partidária?
C.AMARAL - Sou filiado ao PTB.

CNEWS - Você é ou não pré-candidato a prefeito de Cantanhede?

C.AMARAL - Acho que hoje, penso nessa hipótese com mais firmeza e por isso deixo aqui o meu nome publicamente para ser avaliado.

CNEWS - Carlito Amaral agradeço pela entrevista e gostaria que você deixa-se uma mensagem ao cantanhedense em geral, em especial aos leitores do Cantanhede News.

C.AMARAL - Agradeço o espaço e quero dizer aos leitores do Cantanhede News, que quando retornar ao Brasil terei uma agenda de conversações na busca por apoios, pois sozinho não se cria uma candidatura. Um forte abraço.



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