Pela 3ª vez - MP pede a interdição do matadouro público de Cantanhede
Devido
as condições inadequadas estruturais e de funcionamento do matadouro do
município de Cantanhede, o Ministério Público do Maranhão ajuizou, no
dia 8 de setembro, Ação Civil Pública contra o referido município,
solicitando, como medida liminar, a interdição do estabelecimento.
Propôs a manifestação a promotora de Justiça Rafaela Martins Pereira
Toni.
Entre
as irregularidades constatadas estão a desobediência às normas de
higiene, o abate inadequado de animais e a contaminação do meio
ambiente.
Ainda
como medida liminar, foi pedido que o município se abstenha de lançar
resíduos a céu aberto, para não contaminar o solo e evitar a
proliferação de doenças. Também foi solicitada a limpeza de toda a área
do matadouro.
Para todos os pedidos foi prevista uma multa diária de R$ 10 mil, em caso de desobediência.
A
Promotoria de Justiça da Comarca de Cantanhede solicitou também a
condenação do município a construir um novo matadouro, adequado às
normas técnicas e sanitárias vigentes.
Foi
pedido, igualmente, o pagamento dos prejuízos ambientais causados pelo
matadouro, que despeja resíduos a céu aberto, afetando o Rio Itapecuru.
Outra
solicitação refere-se à recuperação pelo município de toda a área
prejudicada pela atividade do estabelecimento. Neste caso, a Prefeitura
de Cantanhede deve contratar empresa especializada em consultoria
ambiental, viabilizando integral correção dos locais afetados, sob pena
de multa diária, com valor a ser fixado pela Justiça.
Ainda
foi pedida a condenação do município pelos danos morais coletivos
causados, em razão da degradação da área, com a valor a ser estabelecido
pela Justiça.
IRREGULARIDADES
A
ação foi motivada por diversas denúncias apresentadas ao MP sobre as
irregularidades praticadas no matadouro. Declarações também foram
colhidas na audiência pública realizada em dezembro de 2010. Uma
inspeção foi feita pelo MP, constatando as péssimas condições
estruturais e de funcionamento do local. O relatório integrou o
inquérito civil instaurado pela Promotoria, em janeiro de 2011, para
investigar o caso.
Novas
inspeções foram realizadas, no mês de fevereiro, pelo Conselho Regional
de Medicina Veterinária e pela Vigilância Sanitária Estadual também
constatando a grave situação do estabelecimento. O relatório desta
última aponta não somente violação dos princípios sanitários, mas também
prática primária e cruel de abate, resultando em sofrimento
desnecessário aos animais."Realizada com marretada provocando sofrimento
e dor, desrespeitando o bem estar do animal", foi relatado.
Também
destacou que as irregularidades põem em risco, além dos consumidores,
os funcionários do matadouro. O relatório ainda apontou a contaminação
do meio ambiente pelos resíduos lançados a céu aberto.
"O
abate inadequado de animais é um verdadeiro problema de saúde pública
no município de Cantanhede", destacou a promotora de Justiça Rafaela
Martins Toni, na ação.
O
MP apurou ainda a existência de um convênio celebrado entre o município
de Cantanhede e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
para a construção de um novo matadouro e o contrato de repasse firmado
com a Caixa Econômica Federal, necessário para a construção. No entanto,
até hoje não foi iniciada a execução do projeto.
Com informação da ASCOM/MPMA
Comentários
Postar um comentário
Acesse Cantanhede News - faça seu comentário, lembramos que não publicamos comentários de anônimos.