Breve comentário sobre a conjuntura local
A cooptação do PT - Os últimos acontecimentos políticos aqui no Maranhão revelam uma clara marca da conjuntura atual: o desespero do grupo Sarney para cooptar o PT.
O principal arquiteto e articulador político do grupo, o senador José Sarney, sabe que a eleição (não consigo falar em “reeleição”) de sua filha depende da imagem dela colada na do presidente Lula. E a única forma de isso acontecer efetivamente é o PT estar coligado com o PMDB nas eleições de outubro aqui no estado. Daí surgem propostas esdrúxulas como essa de oferecer uma das vagas para o Senado ao petismo maranhense, ou mesmo até a vaga de vice-governador.
Mas não será fácil aprovar a tese de coligação com o PMDB no Congresso Estadual do PT, em fevereiro. Há resistências amazônicas no partido e dentro da própria tendência do principal defensor da aliança pró-PMDB, deputado Washington Oliveira. Uma aliança dessa só seria possível, hoje, na marra, na base da intervenção, que nunca pode ser descarta totalmente, haja vista o pragmatismo de Lula.
Mas há outra intenção do grupo Sarney por trás da tentativa de cooptação do PT, além daquela de fazer colar Roseana em Lula: impedir a candidatura do deputado Flávio Dino. O Palácio dos Leões faz o cálculo de que sem o PT não existe a candidatura do parlamentar comunista. Por isso a declaração do deputado Joaquim Haickel: “Uma candidatura do PT ao Senado em aliança com o nosso grupo, em um cenário sem a presença de Flávio Dino, é praticamente imbatível”.
Flávio não é mais dono da candidatura - A candidatura de Flávio Dino na prática não mais lhe pertence. Há na sociedade um sentimento de que o deputado não pode mais desistir da empreitada eleitoral ao governo do Maranhão “custe o que custar”, “doa a quem doer”. Entenda-se: Lula e Sarney querendo ou não; o PC do B deixando ou não.
Nesse sentido, ainda que o PT caia em desgraça e coligue mesmo com o PMDB, a candidatura de Flávio Dino poderá ganhar inéditos e surpreendentes aliados, e conseguir viabilizar a sua candidatura no campo das oposições como deseja boa parte da sociedade maranhense e dos partidos oposicionistas. Ou seja, o estratagema de “confiscar” o PT para impedir a candidatura Flávio Dino pode lavar o grupo Sarney a “dar com burros n’água”.
O fator Jackson Lago - Centrado no seu legítimo direito de reaver o mandato que lhe foi usurpado por quatro eleitores de outro estado, via o TSE, Jackson Lago segue firme na sua pré-candidatura ao governo do Maranhão.
O pedetista possui boa popularidade na região tocantina e possivelmente conseguirá recuperar boa parte do eleitorado de São Luis que sempre reconheceu a sua luta pela democratização do Maranhão.
Contudo, a consolidação/sucesso da candidatura do pedetista está umbilicalmente ligada a uma aliança com o PSDB e com o apoio concreto do prefeito João Castelo, que também terá que estar bem avaliado pela população da capital para poder “vitaminar” politicamente a candidatura Jackson Lago.
Contradições e surpresas - Finalmente, uma eventual capitulação do PT ao sarneysismo poderá forçar, contraditoriamente, uma aproximação de partidos de centro-esquerda em torno da candidatura de Flávio Dino, ainda que informalmente.
Isso porque cresce o sentimento em vários partidos, e lideranças das oposições, de que o quadro nacional não pode servir como empecilho para que os partidos da base de Lula possam estar juntos nas eleições no Maranhão no enfrentamento contra o grupo Sarney.
Dessa forma, mesmo obtendo êxito na sua ânsia de contar com o PT no seu palanque, a governadora Roseana Sarney poderá amargar a maior derrota eleitoral da sua vida. Não sabemos se o senador José Sarney aguentará o baque.
do blog de robert lobato
O principal arquiteto e articulador político do grupo, o senador José Sarney, sabe que a eleição (não consigo falar em “reeleição”) de sua filha depende da imagem dela colada na do presidente Lula. E a única forma de isso acontecer efetivamente é o PT estar coligado com o PMDB nas eleições de outubro aqui no estado. Daí surgem propostas esdrúxulas como essa de oferecer uma das vagas para o Senado ao petismo maranhense, ou mesmo até a vaga de vice-governador.
Mas não será fácil aprovar a tese de coligação com o PMDB no Congresso Estadual do PT, em fevereiro. Há resistências amazônicas no partido e dentro da própria tendência do principal defensor da aliança pró-PMDB, deputado Washington Oliveira. Uma aliança dessa só seria possível, hoje, na marra, na base da intervenção, que nunca pode ser descarta totalmente, haja vista o pragmatismo de Lula.
Mas há outra intenção do grupo Sarney por trás da tentativa de cooptação do PT, além daquela de fazer colar Roseana em Lula: impedir a candidatura do deputado Flávio Dino. O Palácio dos Leões faz o cálculo de que sem o PT não existe a candidatura do parlamentar comunista. Por isso a declaração do deputado Joaquim Haickel: “Uma candidatura do PT ao Senado em aliança com o nosso grupo, em um cenário sem a presença de Flávio Dino, é praticamente imbatível”.
Flávio não é mais dono da candidatura - A candidatura de Flávio Dino na prática não mais lhe pertence. Há na sociedade um sentimento de que o deputado não pode mais desistir da empreitada eleitoral ao governo do Maranhão “custe o que custar”, “doa a quem doer”. Entenda-se: Lula e Sarney querendo ou não; o PC do B deixando ou não.
Nesse sentido, ainda que o PT caia em desgraça e coligue mesmo com o PMDB, a candidatura de Flávio Dino poderá ganhar inéditos e surpreendentes aliados, e conseguir viabilizar a sua candidatura no campo das oposições como deseja boa parte da sociedade maranhense e dos partidos oposicionistas. Ou seja, o estratagema de “confiscar” o PT para impedir a candidatura Flávio Dino pode lavar o grupo Sarney a “dar com burros n’água”.
O fator Jackson Lago - Centrado no seu legítimo direito de reaver o mandato que lhe foi usurpado por quatro eleitores de outro estado, via o TSE, Jackson Lago segue firme na sua pré-candidatura ao governo do Maranhão.
O pedetista possui boa popularidade na região tocantina e possivelmente conseguirá recuperar boa parte do eleitorado de São Luis que sempre reconheceu a sua luta pela democratização do Maranhão.
Contudo, a consolidação/sucesso da candidatura do pedetista está umbilicalmente ligada a uma aliança com o PSDB e com o apoio concreto do prefeito João Castelo, que também terá que estar bem avaliado pela população da capital para poder “vitaminar” politicamente a candidatura Jackson Lago.
Contradições e surpresas - Finalmente, uma eventual capitulação do PT ao sarneysismo poderá forçar, contraditoriamente, uma aproximação de partidos de centro-esquerda em torno da candidatura de Flávio Dino, ainda que informalmente.
Isso porque cresce o sentimento em vários partidos, e lideranças das oposições, de que o quadro nacional não pode servir como empecilho para que os partidos da base de Lula possam estar juntos nas eleições no Maranhão no enfrentamento contra o grupo Sarney.
Dessa forma, mesmo obtendo êxito na sua ânsia de contar com o PT no seu palanque, a governadora Roseana Sarney poderá amargar a maior derrota eleitoral da sua vida. Não sabemos se o senador José Sarney aguentará o baque.
do blog de robert lobato
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